Ao longo do ano de 1981 a televisão pública iniciou a emissão de um magazine de cinema. Chamava-se Ecran e os seus autores eram o crítico Augusto M. Seabra e o realizador José Nascimento. Ali, a dupla refletia sobre as estreias, os ciclos da Cinemateca (uma memorável retrospetiva de Fritz Lang), mas também sobre as questões da política do cinema nacional e as suas condições de produção (recorde-se o episódio-manifesto, A SITUAÇÃO DO CINEMA PORTUGUÊS). Produzido como um episódio especial (daí a diferença de duração e daí o fim da série, já que a direção de programas não aceitou a ousadia), os coordenadores assinalaram os 50 anos da carreira de Manoel de Oliveira, quando o realizador estreava FRANCISCA e se preparava para abandonar a famosa casa na Rua da Vilarinha.
Mais tarde, entre 1992 e 93, Nascimento regressou à televisão como um dos realizadores de um outro importante magazine, desta feita sobre a cena artística nacional, visitando museus, galerias, feiras e bienais. Esse programa era o Tv Artes, apresentado pelo crítico e curador Alexandre Melo. Nesta sessão apresentam-se algumas das “reportagens” de Nascimento, nomeadamente sobre a histórica exposição 10 Contemporâneos, organizada pelo Museu de Serralves, ou a exposição que a Fundação Gulbenkian dedicou a Hélio Oiticica. A exibição de MANOEL DE OLIVEIRA: 50 ANOS DE CARREIRA integra também no Ciclo “In Memoriam Augusto M. Seabra”